As bebidas feitas a partir de sementes e cereais chegam como opção para quem não pode (ou não quer) tomar leite de vaca. Mas nem sempre levam vantagem no aspecto nutricional
Elas vieram de mansinho, na cola do leite de soja, e ganharam cada vez mais espaço nas prateleiras do supermercado. Estamos falando das bebidas feitas com extrato de cereais, sementes e oleaginosas, a exemplo de arroz, aveia e amêndoas. Por causa da coloração e da textura semelhantes às do leite de vaca, passaram a ser chamadas de leites vegetais. O que mais tem atraído o consumidor nessa categoria é a ausência de lactose e, na maioria dos casos, de glúten, substâncias que caíram em descrédito e sumiram da mesa de muita gente.
E essas bebidas carregam vantagens que agradam à saúde de qualquer um, como o baixo teor de gorduras saturadas e a forte presença de fibras, que ajudam no controle do colesterol e no funcionamento do intestino. As fórmulas ainda costumam contar com magnésio e vitaminas do complexo B, aliados do sistema nervoso. Até aí, tudo fantástico. Mas a história tem seus poréns. Um dos alertas vem do médico Paulo Henkin, diretor da Associação Brasileira de Nutrologia: “Muitas vezes esses extratos são até mais calóricos do que o leite, por causa do teor de gorduras insaturadas. Sem falar que podem ser um problema para os alérgicos a oleaginosas”.
Na hora de decifrar a embalagem, um nutriente que requer avaliação minucio¬sa é o cálcio, tão essencial para os ossos e dentes que sua ausência encurta o cami¬nho para a osteoporose. Ainda que alguns extratos vegetais sejam enriquecidos com esse mineral, nem sempre a quantidade é suficiente para nos auxiliar a atingir a meta de consumo diário, que é de 1 mil miligramas. E olha o drama: 100 gramas de arroz concentram míseros 4 miligramas de cálcio, por exemplo. Só para comparar, um copo de leite de vaca costuma ter entre 250 e 350 miligramas do mineral.
É por essas e outras que os especialistas afirmam que as bebidas vegetais não devem ser vistas como substitutas dos laticínios tradicionais para todo mundo. E, a fim de evitar confusões, o certo seria chamá-las de extrato — não de leite. Falando assim, até parece que há uma puxação de saco pro lado do produ¬to da vaca. Mas não confunda as bolas. Na verdade, o ideal é enxergar esses alimentos como coisas diferentes, mas que podem se complementar e, de quebra, permitir novas experiências gastronômicas. Veja, agora, quem são esses tais leites vegetais:
CASTANHA DE CAJU
Destaque: tem magnésio e antioxidantes.
Desvantagem: a casca pode disparar reações alérgicas em algumas pessoas.
Como consumir: em receitas, puro ou batido com frutas.
ARROZ
Destaque: presença de vitamina D e baixas calorias.
Desvantagem: feito em casa, o extrato fica pobre em cálcio e proteínas.
Como consumir: por ser mais ralo, vale usar em receitas de molhos, pães e bolos.
AMÊNDOA
Destaque: rico em potássio, magnésio e fibras.
Desvantagem: seu cálcio não é tão bem aproveitado pelo corpo.
Como consumir: de sabor suave, pode ser consumido puro ou adoçado com mel.
SOJA
Destaque: é fonte de potássio e magnésio.
Desvantagem: a isoflavona, em excesso, pode causar alterações hormonais.
Como consumir: em receitas doces ou batido com frutas.
AVEIA
Destaque: possui fibras, vitamina E e outros antioxidantes.
Desvantagem: o excesso pode causar flatulência.
Como consumir: puro, batido com frutas ou com cereais.
QUINOA
Destaque: reúne proteínas, cálcio e ferro.
Desvantagem: é um tantinho mais calórico.
Como consumir: em receitas doces e salgadas ou batido com frutas
NOZES
Destaque: fornece vitamina E e gorduras boas.
Desvantagem: o sabor é muito acentuado.
Como consumir: em receitas doces ou batido com banana e aveia.
Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/