Dra. Renata Capanema tira todas as dúvidas sobre o câncer de mama
De acordo com estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2016 eram esperados 57.960 casos de câncer de mama no Brasil. O câncer de mama, explica a Dra. Renata Capanema, médica mastologista da Rede Mater Dei de Saúde, é uma doença que acomete principalmente mulheres e é causada pela multiplicação de células anormais da mama de maneira descontrolada. Essas células apresentam a capacidade de invadir ou de se disseminar para outros tecidos. A doença também pode acometer os homens.
A incidência do câncer de mama está relacionada a fatores hormonais, genéticos e de estilo de vida. O estilo de vida inclui hábitos alimentares e ingestão de bebida alcoólica, prática regular de atividade física e controle do peso. Hoje, apenas 20% da população brasileira ingere a quantidade de frutas e verduras recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A frequência de atividade física regular das brasileiras, por sua vez, é de apenas 22,4% e esse número é ainda menor naquelas acima de 65 anos. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, 44,7% das mulheres estão acima do peso. O adiamento da maternidade e o menor tempo de amamentação não foram os únicos fatores para o aumento do número de casos da doença e sim, todo esse conjunto de fatores ao longo dos anos mudando os hábitos da vida das mulheres.
Alguns fatores de risco para o câncer de mama podem ser evitados. Segundo o INCA, através da alimentação saudável, atividade física regular e controle do peso é possível reduzir em até 28% o risco da doença. Destaca-se também a redução da ingestão de bebida alcoólica. Além disso, a gestação antes dos 30 anos de idade é fator protetor para determinados tipos de câncer de mama, assim como a amamentação.
Algumas mulheres apresentam o risco maior de terem a doença do que o restante da população. Para esse grupo especial, as medidas de prevenção são mais extensas e podem incluir cirurgias redutoras de risco, como a retirada do tecido mamário e reconstrução das mamas e o uso de medicamentos.
A mamografia é uma forma de prevenção secundária, ela é o diagnóstico no início da doença. Dessa forma minimiza as consequências do tratamento e melhora as chances de cura.
Mamografia
O câncer de mama é uma doença silenciosa no início e a mamografia é o principal meio de diagnóstico da doença antes mesmo que ela manifeste sintomas. Qualquer alteração desde a palpação de nódulos, mudança de cor na pele, saída de secreção ou inversão do mamilo, aumento do volume ou diferença no aspecto habitual das mamas deve ser avaliado pelo médico.
Tratando-se da nossa população, com quase 25% dos casos diagnosticados entre os 40 e 49 anos de idade, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que a mamografia seja feita anualmente, a partir dos 40 anos. Não realizar o exame nesta faixa etária significa reduzir a oportunidade de diagnóstico em fase inicial da doença.
A mamografia é um exame seguro. Estudos demonstram que o risco de câncer seria de 1 novo caso a cada 1.000 mulheres que fizeram anualmente o exame dos 40 aos 80 anos, ou seja, número menor do que os óbitos evitados pelo diagnóstico precoce. A exposição a radiação que aumenta significativamente o risco de câncer de mama ocorre principalmente em quem recebeu tratamento com radioterapia para outro tipo de câncer, como o linfoma, antes dos 30 anos de idade.
Algumas mulheres, por sua vez, podem se beneficiar de associar a tomossíntese, ultrassonografia ou Ressonância Nuclear Magnética das mamas para o rastreamento do tumor. São mulheres com as mamas mais densas ou aquelas que apresentam risco maior de câncer de mama do que a população geral. Essa indicação é individualizada após avaliação médica.
A Dra. Renata destaca: “Os cuidados com as mamas devem permanecer por todo o ano. A melhor maneira de prevenção é sempre a informação, converse com seu médico”.
Dra. Renata Capanema
CRM MG 52.420